quarta-feira, 5 de março de 2008

Em busca de novo planeta no sistema solar


Desafio revelado no Japão

Conta perto de cem anos a demanda por um eventual planeta que, supostamente, deverá orbitar o Sol, para lá de Neptuno. A pesquisa ocupa astrónomos desde o início do século XX e partiu de uma série de anomalias identificadas nas órbitas dos planetas gigantes (Jupiter, Saturno, Urano e Neptuno), que sugerem a possibilidade da existência de mais um planeta exterior.

Percival Lowell, que a história da astronomia habitualmente refere pelas observações que fez da superfície de Marte, foi o primeiro a designar esse mundo hipotético como "Planeta X". E foi, em parte, das buscas sistemáticas que a demanda desse Planeta X lançou, que em 1930, Clyde Tombaugh identificou Plutão.

A pequena massa de Plutão (e de Caronte, descoberto em 1978, que consigo forma um sistema duplo) não é, contudo, suficiente para explicar as anomalias atrás referidas. Ou seja: Plutão não era o Planeta X. Hoje, de resto, e depois da revisão de nomenclatura de 2006, Plutão nem é mais um planeta...

A inexistência de quaisquer dados concretos após longos anos de observações e a total ausência de dados nas trajectórias das sondas que passaram já a órbita de Neptuno que eventualmente denunciassem qualquer corpo que justificasse uma atracção gravítica, foram fazendo perder, gradualmente, o interesse pela procura do Planeta X.

Na passada sexta-feira, contudo, esse mundo hipotético voltou a ser notícia. Baseados numa série de simulações informáticas, uma equipa de investigadores japoneses da Universidade de Kobe reafirmou fortes probabilidades de existência de mais um planeta no sistema solar. Identificam-no como podendo 30 a 70 por cento da massa da Terra, completando uma órbita elíptica em torno do Sol a cada mil anos. Segundo os investigadores japoneses, esse hipotético planeta estará a 12 mil milhões de quilómetros da Terra, para lá da cintura de Kuiper.

O estudo que permitiu a notícia destas conclusões, e que gerou já algumas críticas, será publicado em Abril no Astronomical Journal. Um dos astrónomos desta equipa defendeu já que a prova da existência deste planeta, ou a constatação da sua não existência, poderá chegar nos próximos cinco anos.

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